domingo, 22 de julho de 2012

Sobre o dilema e a crítica


Você já viu uma criança chorar?
Doce, bala, pirulito. Maçã, laranja, chiclete.
Bicicleta, carrinho, revistinha, mangá.
Aquieta-se o ânimo pueril.

Vê aquela moça ali, à direita, vestido amarelo?
Como é tachada; a censura a reveste.
Atos passados em águas negras 
Sujaram sua face rosada.
Vê aquela moça? Chama-na infantil.

Como fazer tal criança crescer?
Pisem. Não é digna de nossa atenção.
Ignorem. Deixe descabelar-se de frustração.
Então, parte o ser íntegro, já antes estraçalhado,
Convicta do ser impuro em que se transformou.

Como fazer tal criança parar de chorar?
Suas lágrimas me doem, ardem como ferro incandescente.
Suas palavras tornaram-se amargam, de desesperam.
Seus olhos escureceram, me assustam.
Dou-te meu coração, minha esperança,
Minhas memórias, minhas lembranças,
Para que saia desse mundo adulto, de sombras impostas.

Viva conforme o ciclo, não pule as etapas.
E serás, então, uma mulher
Em um vestido amarelo.



[S. V.]


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